09/09/2020 | #Dicas

Para conter preços, Bolsonaro avalia zerar imposto de importação de itens da cesta básica

Para evitar críticas por uma eventual volta da inflação puxada pelo preço do arroz e de outros itens da cesta básica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende zerar o imposto de importação dos produtos.

  •  

PUBLICIDADE

Gustavo Uribe e Julio Wiziack
Brasília, DF

Para evitar críticas por uma eventual volta da inflação puxada pelo preço do arroz e de outros itens da cesta básica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende zerar o imposto de importação dos produtos.

PUBLICIDADE

Pessoas que participaram das discussões com o presidente afirmam que a ideia é, inicialmente, propor à Camex (Câmara de Comércio e Exterior), um comitê vinculado ao Ministério da Economia, zerar a alíquota de importação do arroz vindo de países fora do Mercosul.

A intenção do governo é realizar já nesta semana uma reunião do órgão. Uma das datas em análise é a próxima sexta-feira (11), para quando está previsto encontro do comitê-executivo de gestão para definir uma posição.

No entanto, outros produtos, como milho e soja também poderão ter o mesmo tratamento para conter a alta de preços. Mas deverão ser tratados em uma outra rodada de encontros.

A alíquota de importação para países fora do Mercosul é de 12% para o arroz e 8% para soja e milho. Dentro do bloco, a tarifa é zero.

O aumento de preços vem ocorrendo pelos varejistas como resposta ao represamento de produtos pelos agricultores. Segundo técnicos do governo, eles estão fazendo estoque para, assim, elevar o preço dos produtos.

Além disso, representantes de grandes redes de supermercados consideram que o aumento de preços se acelerou por causa de fatores como a desvalorização do real, queda das importações e o crescimento da demanda interna. Outro fator é a alta das exportações.

O peso da cesta básica no cálculo do IPCA (Índice de Preço para o Consumidor Amplo) —a inflação oficial— é de cerca de 13%. Sempre que um item sofre alta, ocorre impacto na cesta e na inflação.

Os alimentos pesam para os mais pobres. Entre eles a fatia da renda comprometida com alimentação é maior do que entre os mais ricos.

Embora a inflação esteja em seu menor patamar da história, o governo não quer arcar com o ônus político de enfrentar a volta do aumento de preços, especialmente no momento em que o poder de compra dos brasileiros vem sendo achatado pela crise causada pela pandemia da Covid-19.

Projeções do Banco Central indicam que, neste ano, o país deve registrar a mais baixa inflação desde 1994, quando foi criado o Plano Real. A taxa deve fechar abaixo de 2,5%, perdendo somente para 1998, quando foi de 1,65%.

Fonte:  Folha Press

Assine nossa Newsletter