30/09/2020 | #Dicas

Brasil foca em soja e milho para exportação, e arroz e feijão perdem espaço

Nos últimos 20 anos, as culturas agrícolas voltadas para exportação, como soja e milho, cresceram exponencialmente, enquanto as plantações de itens da cesta básica, como arroz e feijão, tiveram expressivas reduções de área. Essa mudança no perfil da agricultura brasileira ajuda a explicar as recentes altas no preço dos alimentos, de acordo com especialistas.

Nos anos 2000, o arroz ocupava 3,2 milhões hectares de área plantada no Brasil; a estimativa para a safra atual é de 1,6 milhão de hectares, metade do que era plantado. Já a soja, que ocupava 13,9 milhões de hectares há duas décadas, atingiu 36,9 milhões de hectares neste ano, expansão de 165%. O mesmo acontece nas culturas do feijão (redução de 76,5%) e do milho (alta de 143%), segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Produtor do RS trocou arroz por soja

Na região da Campanha Gaúcha, o produtor Paulo Lederes plantava 1.500 hectares de arroz há quinze anos. Quando iniciou a produção de soja, foi deixando paulatinamente a rizicultura. Em 2005, passou a produzir mais soja que arroz e, nesta safra, está plantando 900 hectares de soja e um décimo (150 hectares) do que plantava de arroz.

Soja oferece vantagens financeiras ao produtor

Nos últimos anos, sete indústrias de soja chegaram à região, financiando a cultura. A soja tem a venda garantida através de preços fixados no mercado futuro (Bolsa de Chicago), além da troca de parte da produção pelos insumos necessários ao plantio (sementes, fertilizantes e defensivos). No caso do arroz, os produtores conseguem, no máximo, um empréstimo das indústrias, com preço negociado entre ambos, mas sem poder usufruir da garantia do preço futuro de uma Bolsa de commodities para a época da colheita.

Fonte: UOL Notícias

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