A balança comercial registrou superávit de US$ 7,463 bilhões em junho, informou nesta semana o Ministério da Economia.
Esse é o maior saldo comercial para meses de junho de toda a série histórica, iniciada em 1989, e o segundo melhor resultado considerando todos os meses.
O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
Em relação a junho do ano passado, houve um aumento de 38,8% no saldo comercial.
No acumulado do primeiro semestre o governo informou que a balança tem saldo positivo de US$ 23,035 bilhões, valor 10,3% menor do que o registrado no mesmo período de 2019.
Apesar de o resultado positivo na balança ter sido maior do que o registrado em junho do ano passado, houve queda nas exportações e nas importações.
Segundo dados do Ministério da Economia o valor total das exportações caiu 2,7% em junho, na comparação com junho de 2019, e as importações caíram 19,8%. As exportações somaram US$ 17,912 bilhões e as importações, US$ 10,449 bilhões.
Com relação à média diária, que considera o valor médio por dia útil, as exportações caíram 12% e as importações, 27,4%.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, os resultados da balança comercial têm sido influenciados pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que reduziu a demanda por itens de maior valor agregado, como produtos industrializados, e também provocou uma queda vertiginosa dos preços internacionais.
“A crise, por gerar choque na demanda global, tem abalado os preços. Os nossos resultados estão sendo muito influenciados pela queda vertiginosa dos preços internacionais não só de commodities, mas também de produtos de maior valor agregado”, afirmou.
Apesar da queda no valor das exportações houve aumento do volume exportado, o que reflete essa queda nos preços internacionais.
Os principais mercados compradores de produtos brasileiros no primeiro semestre foram os seguintes:
Durante a entrevista coletiva para comentar os dados, o Ministério da Economia destacou a queda na venda de produtos brasileiros para os Estados Unidos (- 31,6%) e para a América do Sul (- 28,1%) no primeiro semestre.
Em junho, o único setor que teve aumento teve aumento na média diária de exportações, com relação ao mesmo período do ano passado, foi o agropecuário (29,7%). A indústria extrativa apresentou queda de 26,1% nas vendas e a de transformação caiu 21%.
No primeiro semestre, a média diária de venda de produtos agropecuários aumentou 23,8%. A indústria extrativa caiu 9,6% e a indústria de transformação caiu 15,1%.
Com relação às importações houve em junho uma queda generalizada em todos os setores:
De janeiro a junho, as quedas foram as seguintes:
Ferraz destacou que o melhor desempenho das exportações de produtos agropecuários e da indústria extrativa, na comparação com itens de maior valor agregado, está relacionada à uma recuperação mais rápida do continente asiático, que é o principal destino das commodities brasileiras.
“Temos o continente asiático como principal destino das commodities e é um contingente que se recupera mais rapidamente. Há uma demanda internacional significativa por esses consumos”, afirmou.
O Ministério da Economia revisou as projeções para o comércio exterior e espera um superávit maior da balança comercial.
A previsão anterior era de um saldo comercial de US$ 46,6 bilhões. A nova previsão é de um saldo comercial de US$ 55,4 bilhões.
O valor previsto para as exportações em 2020 aumentou de US$ 199,8 bilhões para US$ 202,5 bilhões. A previsão para as importações neste ano caiu de US$ 153,2 bilhões para US$ 147,1 bilhões.
Fonte: G1 Portal de Notícias